sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Uganda: Existe Esperança Em Cristo, Em Meio A Desesperança

Uganda é um país que, devido à sua estabilidade politica quando comparada a alguns países vizinhos, recebe um grande número de refugiados. A grande maioria vêm de um contexto de guerra e fugiram para salvar suas vidas. Atualmente são mais de um milhão de refugiados alocados em campos de refugiados ou tentando a vida nas cidades.
Aqueles que permanecem nos campos de refugiados são assistidos pela UNCHR, agência da ONU que trata da questão dos refugiados, com uma porção mensal de alimentação básica, mas em geral, eles vivem em condições bastante complicadas com pouco acesso à educação, saneamento básico e saúde. Em vários dos campos de refugiados eles recebem uma área em que podem trabalhar e tentar tirar dali o seu sustento.
Tivemos a oportunidade de conhecer um outro campo de refugiados, localizado mais ao norte de Uganda. Participamos de uma viagem missionária organizada por um Seminário Bíblico parceiro da nossa organização, ajudando nos workshops ministrados para uma igreja parceira que está instalada dentro deste campo, visando fortalecer, encorajar e dar esperança a este povo, por meio da palavra de Deus.
Também nesta viagem foram doados materiais esportivos para a igreja, e um dos membros que é ex-jogador profissional de futebol pretende iniciar treinamentos com crianças e adolescentes, ensinando valores bíblicos através do esporte. ” Eu sempre quis iniciar um trabalho desse tipo aqui, mas nunca começamos por falta de material. Agora acredito que conseguiremos começar”.
Neste contexto tão difícil, é inspirador ver a Igreja de Cristo levando esperança aos seus, mesmo com toda a limitação. É a esperança em Cristo em meio a desesperança.
Ore conosco para que o Senhor fortaleça cada vez mais esses nossos irmãos e que eles permaneçam sendo luz e meio à sua comunidade.


quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Vocação como consciência de amor a Jesus

Era uma vez, em um reino não muito distante, um cidadão assentado numa colina de onde dava para ver todas as coisas. Enxergando o castelo do seu Rei, se perguntou: porque vivo e faço as coisas para meu Rei e seu Reino?
Como este cidadão, volta e meia nos damos conta de que a nossa vida cristã se transformou em apenas um cumprir de tarefas e uma agenda cheia de compromissos. Constantemente somos jogados à uma “máquina” de produção onde os resultados definem o valor e a importância das pessoas.
Esse tem sido um problema constante em nosso meio, com o qual lidamos diariamente, a ponto de afetar de forma emocional as pessoas.
Sempre que falamos sobre vocação, no final do discurso, fica a sensação de que vocação é igual à produção. Então as pessoas rapidamente começam a planejar coisas para fazer e ações nas quais se engajar pois, dessa forma, estarão cumprindo sua vocação.
Relendo o momento da historia entre Jesus e Pedro em João 21:15-17, compreendo que somos levados a focar no chamado que Jesus faz três vezes a Pedro de “Apascenta as minhas ovelhas” como se essa fosse a essência da nossa vocação. Quando, na realidade, a nossa vocação está inteiramente ligada ainda que de maneira limitada, ao nosso afeto tanto em palavras quanto em ação por Jesus e tudo aquilo que Ele ama. É muito interessante ver que a palavra amor, que tanto Jesus como Pedro utilizam nesse texto, tem uma conotação diferente.
Jesus, ao perguntar “Simão, filho de Jonas, amas-me”, está utilizando a palavra ágape, que se refere a um amor; ilimitado, sem reservas, sem defeito. É o que comumente denominamos de amor Divino. Porém a resposta de Pedro foi “Simão entristeceu-se por lhe ter dito pela terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo”. A palavra utilizada aqui por Pedro é diferente da usada por Jesus “ágape”. A palavra usada é filhos, que tem como conotação um amor; fraco, limitado, por muitas vezes vacilante.
Nesse contexto, entendemos que a verdadeira vocação tem a ver, em primeira instância, em amar a Jesus, ainda que isso seja de forma limitada, pois somos humanos e demasiadamente humanos. Só quando amarmos Jesus, no dia a dia, nos acertos e nos erros, poderemos cumprir nosso chamado de amarmos as suas ovelhas, ou seja, entendendo isto como tudo aquilo que Ele nos convida a fazer.
O nosso chamado tem a ver com a nossa ação concreta e vocação com aquele amor que motiva nossa vida pelo amor e para o amor, que é Jesus. Tudo começa e finaliza nEle, tanto a vocação, quanto o chamado.
A nossa vocação é, sobretudo, amarmos a Jesus eternamente, pois Ele é o nosso eterno amor. E o nosso chamado é para amarmos a tudo aquilo que Deus amou – o mundo!
Permaneçamos na nossa vocação, no amor de Jesus.
Francisco Caceres, missionário da Igreja Presbiteriana de Curitiba.